Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Compras no exterior.
Não é segredo pra ninguém que eletrônicos e material esportivo são mais baratos no exterior do que no Brasil. Muitas vezes os preços lá fora ficam por volta de 50% do que pagamos aqui, e às vezes eu ouço gente reclamando que os comerciantes brasileiros estão metendo a mão e querendo ganhar mais do que devem. Eu acho que, apesar de ter distribuidor metendo a mão, a coisa não é bem assim.
Espero que os comerciantes mais próximos de mim (Lumbra e Lizandro) não se importem com o que vou escrever, até porque não considero que as compras no exterior representem uma concorrência pra eles.
Eu recentemente fiz 3 compras no exterior via internet e logo aprendi que a gente não pode se jogar de cabeça porque cada item tem que ser avaliado para ver se vale a pena. E uma desvantagem de comprar lá é que, se nos cobram imposto, o pagamento tem que ser à vista, já os lojistas locais nos facilitam o pagamento.
Se trazemos pessoalmente algo do exterior, a tarifa a pagar é de 50% sobre o que ultrapassar a cota, mas se compramos algo pela internet, o imposto cobrado pode ir de 0 a 100%, e infelizmente, apesar de existir lei para isso, sempre é uma incógnita. Vou ilustrar isso com algo que aconteceu comigo (ambos os sites do Reino Unido):

Pacote 1 (veio pela UPS) - 1 par de pneus Schwalbe Ultremo R1
Foi cobrado imposto de 100%

Pacote 2 (veio pelo Royal Mail International)
1 par de pneus Schwalbe Ultremo R1 - 1 par de luvas Giro - 1 alongador de válvula Topeak
Não cobraram nada de imposto

A impressão que se tem é que pacotes pequenos “podem” passar sem imposto, mas o comprador tem que sempre estar preparado para o pior (pagar no ato até 100% de tarifa alfandegária).

Mas quando vale a pena comprar no exterior?
Como eu disse, cada caso tem que ser avaliado sempre pensando assim: e se me cobrarem 100% de imposto, ainda assim vale a pena mandar vir de fora?
Quanto maior o pacote, maior a chance de ser tarifado. Uma bike, por exemplo, jamais vai entrar “despercebida” pela receita federal, um par de rodas, idem. Abaixo um exemplo de compra que vale muito a pena:

Roda Mavic Cosmic Carbone SL Premium (sem chance de entrar sem imposto)
Preço médio no Brasil - 6 mil reais
Preço lá fora (já com frete e impostos) = 3700 reais (mas considere que você precisará botar no cartão de crédito internacional em torno de 1800 reais e estar com bala na agulha pra pagar o restante no momento em que a mercadoria entrar no Brasil - tudo bem, esse restante também pode ser pago com cartão de crédito, mas tem que ser à vista).

Coisas menores que dependendo da sorte entram sem imposto, e mesmo que a diferença seja pequena, vale a pena arriscar:

Selim Fi’zi:k Arione CX Carbon
Preço no Brasil - 1200
Preço lá fora - 515 (sem imposto) OU até 990 reais (com imposto)

Clip para triathlon T2 + Cobra (Profile Design)
Preço no Brasil - 750
Preço lá fora - 340 reais (sem imposto) OU até 650 reais (com imposto)

Roupa de borracha Orca (com chance de entrar sem imposto, como vestuário)
Preço no Brasil - 2500 reais
Preço lá fora - 940 reais OU até 1800 com imposto

Uniforme de triathlon Orca (alta chance de entrar sem imposto, por ser pequeno e vestuário)
Preço no Brasil - 450
Preço lá fora - 190 OU até 360 com imposto

O tempo de entrega é de 10 dias em média, sendo que metade (ou mais) do tempo já é dentro do Brasil por causa do trâmite alfandegário.

Por uma questão de princípio, eu só compro de fora em 2 situações: quando o produto não existe no Brasil ou quando a diferença é muito grande, do contrário prefiro incentivar o comércio local/nacional. Mas em 90% dos produtos a gente chega à conclusão de que os lojistas brasileiros geralmente fazem o que podem, e o que realmente nos arrebenta (a nós e aos comerciantes) é o imposto absurdo.

O Brasil quer ser um país olímpico. Um excelente incentivo ao esporte seria deixar de tributar material esportivo. É um absurdo que viajantes possam trazer 12 litros de bebidas alcoólicas, 10 maços de cigarros, 25 unidades de charutos e 250 gramas de fumo sem pagar imposto, mas se eu for comprar uma bicicleta ou um par de rodas no exterior, serei tarifado em até 100%. Por que não tarifar bem alto a entrada de bebida alcoólica e fumo, que são geradores de prejuízo em todos os sentidos e não trazem nada de bom nem para o país ou para quem consome?
A desculpa é que existem similares nacionais no ramo esportivo e que a entrada desses produtos no país ameaça a indústria nacional (sem comentários, como se o Brasil não fabricasse bebida alcoólica).

O governo considera que é “melhor” para o país que entre cachaça e cigarro do que material esportivo. E é assim que se quer fazer uma nação olímpica?

2 comentários:

  1. A hora que quiseres rachar um frete no uniforme da orca dá um toque heheh....As Rodas são as Mavic?

    Sobre imposto sem comentários...e os Tênis agora com nova tarifação...já estão 50 pila mais caro nas lojas.

    Abraço

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  2. Essas Mavic não são nem as que eu havia encomendado com o Lizandro, nem as que eu comprei. Só usei esse modelo porque foi uma das maiores diferenças que achei.
    Eu comprei um par de Dura-Ace 7850 24mm.

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