Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mr. Big – Bar Opinião – Porto Alegre



Início dos anos 90. MTV entrando no Brasil (nessa época a MTV tocava música, inclusive rock) e surge um clip em preto e branco. Um cara com rosto e voz de mulher, cantando uma baladinha chamada "To be with you" que rapidamente infectou todas as rádios do país. A baladinha era igual a uma centena por aí. O que chamava a atenção era a banda que tinha o guitarrista Paul Gilbert (ex-guitarrista do Racer-X, considerado um dos 5 melhores guitarristas do mundo) e o baixista Billy Sheehan, que foi considerado 5 vezes como melhor baixista pela Guitar Player e que já tinha tocado com Steve Vai ao lado de David Lee Roth (ex-Van Halen).


Antes do disco da baladinha (Lean Into it) eles já tinham lançado um primeiro disco (Mr. Big), mas sem repercussão, muito menos no Brasil (lembrar que isso foi na pré-história, e antes da mp3 se não faziam sucesso os discos não eram importados e as rádios não tocavam).

Mas não era possível que aqueles músicos fossem formar uma banda pra tocar baladas acústicas, e realmente, a baladinha serviu apenas pra chamar a atenção da mídia pra banda, já que o que eles faziam era muito mais do que isso. Mas eles ainda eram de uma época em que as bandas tinham que ter pelo menos uma balada por disco.

O Mr. Big mostrou em seguida que era realmente uma banda de rock com grandes músicos e que tinha um vocalista com uma voz singular. Me lembro que ao falar da banda pra quem não conhecia (ainda mais entre músicos) a primeira reação era torcer o nariz, até ouvir o "resto do disco" e mudar de ideia. Como tem uma frase no UTube num dos vídeos da banda: “desafio qualquer guitarrista a tentar tocar pelo menos a introdução dessa música”.

Em 1993 eles lançam outra balada que fez sucesso, regravação da Wild World do Cat Stevens no mesmo disco que tem a melhor música da banda (que pra minha tristeza não estava no setlist de Porto Alegre) – The whole world is gonna know.

Entre 1989 e 2001 eles lançaram seis discos com inéditas. Após o lançamento em 2001 do disco Actual Size eles sumiram do mapa. Foi cada um pro seu lado, um novo guitarrista (Richie Kotzen) fez alguns shows com a banda, até que em 2009 eles decidem voltar à formação original e lançam o disco What if..., que tem como música de trabalho a Undertow.

Quando ouvi falar da vinda deles a Porto Alegre. Achei que fosse um resto da banda, mas pra minha surpresa era a banda original e eu veria Paul Gilbert e Billy Sheehan no Opinião em Porto Alegre, meio estranho, mas tava lá anunciado.

O Opinião foi pequeno, os organizadores não esperavam tanta procura e lotou mesmo, mas consegui um lugar direito pra ver o show, até porque lá nem tem como ficar muito longe do palco. O show iniciou exatamente na hora marcada e durou 2h15’. Abriram com Daddy, Brother, Lover & Little boy, música em que o guitarrista usa uma furadeira pra tocar guitarra (até hoje não sei se foi ele ou o Eddie Van Halen quem inventou a moda). O setlist teve músicas de todas as épocas mesmo, largando uma ou outra coisa nova de vez em quando. O que chama a atenção é a naturalidade dos músicos em tocar daquele jeito, eu pelo menos nunca tinha visto um guitarrista como aquele ao vivo e muito menos um baixista. Tem hora em que se tem a impressão de 2 guitarras no palco, mas é a maneira com que o baixo é tocado.

O show teve 2 bis, sendo que num deles os músicos fazem várias trocas de instrumentos. Eles tocam Smoke on the Water do Deep Purple e no início da música a formação é: guitarrista na bateria, baterista no baixo, baixista cantando e vocalista na guitarra. No meio da música nova troca de instrumentos e baixista vai pra guitarra (fazer o solo), baterista canta e o vocalista assume o baixo. Eles vêm fazendo essa brincadeira desde 2009, como aparece aqui no show do Budokan.

Uma prova de que eles são excelentes ao vivo é que até hoje a banda lançou mais discos ao vivo do que e estúdio. Como em todo show de rock, público super calmo e com certeza com muito músico no meio. Ainda é grande o contingente de cabeludos com roupas de couro em Porto Alegre, e nessas ocasiões eles aparecem com força total. Em resumo, excelente show, mesmo sem tocar algumas que eu gostaria de ouvir.

Um comentário:

  1. Ufa...até achei que tu estava ficando velho depois que vi algumas coisas que tu ouve via msn!!!!

    E viva a farofa!!!

    Abraço

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