
Esse é o nome de um filme no qual os surfistas passam todo tempo viajando em busca de ondas e sempre é verão onde eles estão. Pra quem tem dinheiro ou é surfista profissional, é possível viajar sempre atrás do verão. Bom, mas pra quem não é surfista profissional (nem todo mundo é), o verão tem um fim sempre. Mas eu não falo desse fim astronômico que sai nos jornais - "amanhã às 14:32 acaba o verão", o verão tem vários finais, depende de quem vive o verão. Pra mim, diferente das outras estações, o verão costuma ter marcos que indicam que a estação do sol deu lugar ao outono.
Para alguns o final do verão pode ser o fim do carnaval, a volta às aulas (colégio, faculdade e depois do colégio das crianças), o final do horário de verão (que sempre acaba muito cedo), o final oficial da temporada de veraneio (pra quem mora em praia), o final das férias e o consequente retorno ao trabalho, o retorno da casa de praia pra cidade, etc.
Durante alguns anos o verão acabava quando as aulas iniciavam e me lembro que numa época isso sempre batia com o Garota Verão (concurso de beleza aqui do RS), normalmente o concurso acontecia no fim de semana que antecedia a volta às aulas do colégio. Depois o concurso mudou um pouco de época, as minhas aulas do colégio deram espaço às minhas aulas na faculdade (primeiro como aluno depois como professor).
Mas eu poderia dizer que desde o final da década de 90, o que marca o final do meu verão é uma prova de natação, a Travessia a nado entre São José do Norte e Rio Grande. Coincidentemente, muitas vezes essa prova ocorreu no domingo anterior a volta às aulas na faculdade, esse ano não foi diferente. E posso dizer que agora meu verão acabou oficialmente. Pela primeira vez essa prova deixou de ser “caseira” e passou a ter a chancela da FGDA (Federação Gaúcha de Desportos Aquáticos), o que garantiu a presença dos melhores nadadores do estado e elevou muito o nível da prova.
São 3600 metros em linha reta, mas ninguém faz em linha reta e, portanto todos nadam mais do que isso. É uma prova que sempre surpreende porque a água pode ser salgada ou doce, quente ou fria, verde ou marrom e as correntes (pelo menos duas) mudam de intensidade e até de direção a qualquer momento, inclusive durante a prova.
Atravessei a nado o canal entre as 2 cidades pela 12ª vez, fazendo um dos meus piores tempos. Mas isso é um sinal de que existe justiça, afinal a cada ano estou menos jovem, tive muitas cãibras, as correntes esse ano estavam fortes, e eu também não estou no melhor do meu condicionamento.
Mas apesar do meu tempo, fico contente em ver que agora parece que essa prova realmente não morre mais. A maioria dos presentes hoje não sabe, mas essa prova iniciou em 1923, ficou parada muitos anos e foi resgatada em 1995 por Jaime Costa (já falecido, pai da nadadora Aline Costa que até hoje faz a prova). De lá pra cá apenas em 1999 a prova não foi feita por condições meteorológicas. Mesmo chegando atrás, é bom competir em casa e sinceramente o que me interessa é chegar vivo nessa prova. Já estou quase na fase de dizer pros primeiros colocados (que costumam ter menos de 17 anos) - “guri, tu me respeita hein, quando tu nasceu eu já fazia essa prova”. Falta pouco.
Olá Marlos, conheci seu blog através do Michel. Muito legal, parabéns. Estou lendo cada post!
ResponderExcluirE me identifiquei muito, pois também sou músico, a difereça é que vivo disso ( ou melhor, sobrevivo). E comecei no triathlon a pouco tempo. Li sobre a travessia e vou fazer minha primeira amanha..rs
Também tive banda na década de 90 e cresci ouvindo Iron, Megadeth, Sepultura, Slayer, Ozzy, DT, Dr.Sin, Angra, etc etc etc...eclético,não!?
Mais uma vez, parabéns pelo blog, ja sou um seguidor.
Bons treinos, boas competições e bons shows!!!
abraço