Quanto eu tinha banda de rock (1989-1994) bandas como Guns and Roses e Skid Row davam o norte às bandinhas de garagem como a minha. Já tinha assistido ao Skid Row em PoA, mas Guns nunca. Assistir às duas bandas (mesmo que só os vocalistas sejam os mesmos) juntas num único dia, e ainda por cima no meu aniversário, era algo que eu não poderia perder. Bueno, a jornada para assistir ao show iniciou saindo de casa após o almoço, chegada a PoA, janta e saímos (eu e minha irmã) do hotel pouco depois das 18h. Chegamos de volta ao hotel após o show 4:40 da manhã. Encarar essas indiadas de quase 11h não é tão difícil, mas fazer isso menos de 48 horas após ter feito um triathlon de mais de 5 horas é meio dolorido, e não recomendo a ninguém. (conheço outro maluco que fez isso, né Michel) Pra chegar ao show, tumultos de sempre, engarrafamento, Freeway parada, caminhar no acostamento da BR no escuro, filas quilométricas. A área VIP só ficava diferenciada perto do palco mesmo, até lá todo mundo era povão, e eu tenho pavor de povão. A programação era: 19h - Tequila Baby (no me gusta); 20h - Rosa Tatooada (já gostei, mas dá pra aguentar numa boa); 21h - Sebastian Bach/Skid Row (gosto tanto ou mais do que do Guns em si); 22h - Guns n’Roses (atração da noite). A área VIP é muito tranquila, dava pra sentar no chão e descansar, 20h estávamos em frente ao palco (uns 50m), e eu falei pra minha irmã e um amigo de show (roqueiro, aposentado do Banco do Brasil): vai demorar umas 2h ainda, os caras estão subindo refletor, não tem bateria montada nem microfone no lugar. Muitos operários no palco e começam os rumores “as bandas gaúchas não vão tocar mais por causa do atraso”. 22h um cara pega o microfone e avisa: o atraso é devido ao tornado que atingiu o RJ e destruiu material do palco e dos músicos, em 1h o show começa (mas qual show?). Das 22h até às 23h montaram mais 2 baterias no palco, e eu pensei - vamos ter pelo menos 3 shows. 23:20, chega uma notícia pelo Blackberry de um “vizinho” - Axl Rose visto no aeroporto do RJ há poucos minutos. O povo começa a vaiar, os técnicos de som cada vez mais apavorados, nisso sobe uma loira bunduda no palco e bota ordem nos operários, a galera grita “pelo menos tira roupa, porra”. Pouco depois das 23:30 o pessoal do Rosa sobe ao palco e é vaiado, fiquei com pena dos caras. O vocalista (enrolado na bandeira do RS) avisa: estamos aqui desde cedo, esperando, mas deu tudo errado, mesmo assim queremos tocar pra vocês. O nosso guitarrista foi embora indignado. Eles tocam 3 músicas em meio a aplausos e vaias, mas tocar com um músico a menos e sendo vaiado por muitos deve ser f@#%.
Bom, não vou descrever o show (deve ter um monte de blog por aí fazendo isso), mas apenas a minha impressão de músico/fã. Foram mais de 2 horas de show e nenhuma grande decepção musical (tanto no repertório quanto qualidade). Decepção mesmo só o atraso, mas isso foi um espetáculo à parte. Diferente das críticas que li anteriormente, o Axl, apesar de estar parecido com o Mickey Rourke depois da plástica, não está obeso e sem voz. Creio que depois do show de Brasília eles deram uma equalizada na voz dele, mas em algumas músicas dava uma reverberada que ficava muito estridente. A voz dele já é esganiçada e muitas vezes fica no limite do insuportável, talvez alguma coisa no eco da voz ou graves/agudos. Mas vi inúmeros shows dele (vídeo) e não dá pra dizer de jeito nenhum que ele tá acabado (o mesmo vale para o Sebastian). Com certeza, ele tá mais gordo, não rebola mais daquele jeito (who cares?) e não alcança os mesmos timbres. Mas diferente das críticas que li por aí, a minha crítica vai pra banda.
Eles fizeram uma jogada de marketing muito esperta. Com a saída do Slash, eles evitaram colocar a formação clássica de guitarristas (um solo e um base) porque inevitavelmente o guitarrista solo seria comparado ao Slash. Pra evitar isso, eles colocaram 3 guitarristas que fazem de tudo um pouco, dividindo assim a atenção do pessoal. A questão é que dos 3, apenas um parece ter encarnado o espírito do Gn’R, os outros dois parecem mais saídos de uma banda Emo e se eu visse uma foto acharia que são do Fresno ou algo similar. E a inclusão de músicas-solo dos 3 guitarristas mais desanimou do que agradou. O baixista faz o que tem que fazer e não fede nem cheira. E o baterista, apesar de ser um músico bom, não tem o mesmo peso que os dois anteriores tinham, principalmente Matt Sorum. Ele me pareceu um baterista de formação mais para pop/jaz do que para rock/metal, tecnicamente bom, mas faltava peso (punch) na marcação e nas viradas.
O show encerra com um bis de 3 músicas, e uma segunda volta ao palco para cantar parabéns para 2 gurias que estavam de aniversário, mostrando faixas e subiram ao palco. Bom, de certa forma posso dizer que o parabéns era pra mim também, mas mesmo que eu estivesse com uma faixa, acho difícil o Axl mandar os seguranças me subirem ao palco. Eu pelo menos nunca vi roqueiro pedir pra carregar homem pra cima de palco, e isso não muda seja o astro novo, velho, magro ou barrigudo, acho que eu não tinha chance mesmo. Próxima parada: Aerosmith (maio, SP).
O show encerra com um bis de 3 músicas, e uma segunda volta ao palco para cantar parabéns para 2 gurias que estavam de aniversário, mostrando faixas e subiram ao palco. Bom, de certa forma posso dizer que o parabéns era pra mim também, mas mesmo que eu estivesse com uma faixa, acho difícil o Axl mandar os seguranças me subirem ao palco. Eu pelo menos nunca vi roqueiro pedir pra carregar homem pra cima de palco, e isso não muda seja o astro novo, velho, magro ou barrigudo, acho que eu não tinha chance mesmo. Próxima parada: Aerosmith (maio, SP).
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