Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Iosbor


Demorei para colocar algo sobre esse show aqui, mas foi falta de tempo mesmo.
A primeira vez que ouvi falar do Ozzy foi no Rock in Rio 1. No ano do Rock in Rio 1 eu tinha quase 11 anos e lembro de ouvir a propaganda dos shows internacionais: Iron Maiden, Nina Hagen, James Talylor, Queen, Ozzy Osbourne... e na minha cabeça eu entendia que era uma banda chamada “Os Iosbor”. Depois fiquei sabendo que ele era “o cara que comeu morcego no palco”. Mas só comecei a ouvir Ozzy em 1991, por influência de amigos que eram fãs do Black Sabbath (banda da qual nunca fui fã). Meu primeiro contato com ele foi no disco No More Tears (que teve um baita impacto na MTV na época) e depois disso descobri algumas coisas mais antigas (discos Blizzard of Ozz e o Bark at the Moon) e acompanhei o lançamento de coisas novas dele que considero muito boas, principalmente o disco duplo ao vivo Live & Loud.
Quando comprei os ingressos pro show do Ozzy com bastante antecedência, a preocupação era – será que ele ainda vai estar vivo no dia do show e vai se lembrar de ir até o local? Recentemente vi uma entrevista com ele e o que ele mais repetia era – “não me lembro”, seguido de uma risada estranha.
No dia do show mesmo, a preocupação era outra. Noite de show no Gigantinho e jogo da Copa Libertadores (eu acho) no estádio ao lado (Beira-rio, né?). Previsão de caos total no trânsito em Porto Alegre. Mas nenhum dos medos se concretizou, ida e volta do show super tranquilas e o Ozzy se lembrou de ir ao show.
Vários conhecidos estariam lá, mas não encontrei ninguém esperado e pra minha surpresa, assim que entrei no local dei de cara com meu tio (irmão da minha mãe) que brinca de músico também e foi um dos que me ensinou o pouco que sei de guitarra, isso lá nos idos de 80 e poucos.
Não vi o show de abertura da banda gaúcha Gunport, meu tio gostou. Esperei apenas 20 minutos e o show do Ozzy iniciou com “Bark at the moon”, na verdade começou um pouquinho adiantado, raridade no mundo do rock. Detalhe pra decoração do ginásio – morceguinhos roxos da Oi pendurados de cabeça pra baixo no teto.
O meu show ideal do Ozzy teria por volta de 25 músicas e um pouco mais de 2h de duração, mas me contentei com as 15 músicas apresentadas, até porque o veinho não aguentaria mais de 2h de show com qualidade. De qualquer forma ele tocou várias do meu disco favorito (No more tears) e em nenhum momento do show ele demonstrou estar gagá, como algumas pessoas temiam. Ele simplesmente é louco, mas isso é a base da fama dele. E o cara usa uma mangueira com espuma pra molhar o público e ele mesmo, depois enfia a cara num balde com água e encara o pessoal com uma cara de alucinado feliz. E o meu tio dizia – esse louco tá encharcando tudo, daqui a pouco toma um choque. O andar do Ozzy é similar ao de algum personagem de filme de terror e a agitação durante todo o show se resume a uma movimentação de braços como se estivesse fazendo polichinelos sem sair do chão, gritando “go fucking crazy”, mas a postura do cara mostra claramente que o corpo tá bastante sofrido pelos 62 anos de “uso indevido”. Apesar disso, a voz (que falha de vez em quando) continua com aquele som inconfundível. Eu nunca vi nem ouvi falar de um cover do Ozzy.
Uma hora de show e ele sai de cena pra descansar. A banda (gurizada boa) toca uma instrumental do Black Sabbath (ao total foram 5 músicas do tempo de Black Sabbath durante o show). Impressionante o peso da bateria da banda, e claro que pra estar ao lado do Ozzy, o guitarrista tem que ser um cavalo, já que até hoje ele só tocou com guitarristas fenomenais (apesar de todo lado histórico, eu prefiro o Zakk Wilde do que o Randy Rhoads). A banda é simples: baixo, guitarra solo, bateria e um tecladista que em algumas músicas fazia guitarra base.
Gauchada, dentro do ginásio de um time e em dia de jogo.... atiraram 3 bandeiras pro Ozzy durante o show (RS, Grêmio e Internacional), em 2 ele se enrolou, desprezando apenas a bandeira colorada. Óbvio que ele ignorava o significado de todas as 3.
Mas em suma o show de 1h40 estava bom e enquanto o Ozzy tava no palco ele deu ao público o que a gente queria. Para o meu gosto de Ozzy, as melhores músicas do show foram: Bark at the Moon, Mr. Crowley, Road to Nowhere (que eu filmei toda), War Pigs, Shot in the Dark, I Don´t Want to Change the World, Crazy Train – e no bis: Mama, I´m Coming Home e Paranoid pra encerrar. Apenas uma música nova (Let me hear you scream), no setlist, e não pude evitar o pensamento – ele deve cantar as mais antigas por 2 motivos: é o que o pessoal quer ouvir e com a confusão mental que deve ser a cabeça do Ozzy, ele não deve memorizar coisas novas.

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