Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Penso, logo... não traio (será?).
De maneira empírica eu já tinha deduzido isso apenas convivendo 36 anos com homens e compartilhando de suas confissões, geralmente carregadas de orgulho por ser “o cara”. Sempre que eu ouço esse tipo de coisa penso – bom enquanto estás lá com a outra, a tua mulher está com quem?
Recentemente uma pesquisa vinda de Londres (daquelas que gera mais polêmica do que impacto real sobre nossas vidas ou saúde) está sendo muito divulgada. Foi publicada no periódico Social Psychology Quarterly. Trata-se da conclusão de que homens mais inteligentes seriam menos propensos a traírem suas parceiras, valorizando mais a exclusividade sexual. Os ateus e os politicamente liberais também teriam o mesmo comportamento (mas falar em ateísmo é pecado). Não quer dizer que os que traem sejam burros, até porque chamar o Tiger Woods de burro não dá, mas a inteligência esteve associada a ser mais liberal, ser ateu e prezar pela exclusividade sexual (essa última apenas para os homens). O pesquisador principal da pesquisa, Satoshi Kanazawa, já participou de livros com títulos polêmicos e muito controversos como – “Por que homens apostam e mulheres compram sapatos” e “Por que pessoas bonitas têm mais filhas do que filhos”.
Ele cruzou dados de duas pesquisas norte-americanas, uma sobre inteligência e outra sobre comportamento. Mas alguns são contrários a essa conclusão e apresentam outro lado da moeda – homens mais inteligentes mentiriam mais para proteger sua relação, o que não pode ser ignorado completamente. Até porque nos USA é enorme o número de mulheres que contratam detetives (que poderiam se disfarçar de pesquisadores) para investigar seus maridos, e se o cara é esperto fica com um pé atrás... Já entre as mulheres não existe qualquer associação, elas traem independente de QI.
Homens e mulheres costumam trair por motivos completamente distintos. Pelo menos foi o que eu aprendi na escola. Homens traem por atração física e basta um sorriso para ele achar que sua presa está disponível. Já as mulheres são muito mais complexas (claro) e suas traições costumam englobar motivos como vingança, ter sido “esquecida” pelo marido e por realmente se apaixonar por outra pessoa. Para elas geralmente existe (ou existia) sentimento e romantismo, para os homens que traem é preciso existir...uma mulher disponível. Frase muito dita pelos traidores – “eu faço isso, mas gosto mesmo é da minha mulher, nem penso em largar dela”. Já elas dificilmente diriam a mesma coisa, quando chegam a trair geralmente não morrem mais de amor pelos seus companheiros.
Uma explicação para o comportamento dos homens mais inteligentes seria o aspecto “evolutivo”. Como disse a Martha Medeiros: “os mais inteligentes se deram conta que mais vale ter uma mulher incrível ao seu lado do que uma coleção de casos, e que a fidelidade pode ser um bom investimento no logo prazo”. As mulheres antigamente viviam à sombra de seus homens e eram obrigadas e incentivadas pela sociedade a aceitarem a traição numa boa, como algo que faz parte da relação – “isso é coisa de homem e pronto, a mulher tem que saber perdoar e entender”. Faltavam a elas oportunidades e até meios de sobrevivência fora do casamento. Permanecer solteira depois dos 30 era o fim do mundo e ser desquitada era pior ainda, ou seja, a mulher precisava se agarrar a um homem logo e matar no peito o que fosse preciso porque não se casar ou largar um casamento resultava em marginalização. Hoje a coisa mudou e as mulheres que, em sua maioria trabalham, e têm um pouco de amor próprio, aprenderam que podem cair fora sempre que a união não for mais o que elas desejam. Outro aspecto é que antigamente uma mulher, mãe de família com 45 anos era simplesmente uma mãe, deixava de ser mulher aos olhos da sociedade e de muitos homens. Hoje em dia as mulheres de 40, 45, 50 anos, com ou sem filhos ainda estão “no mercado” e em condições de abrir concorrência pública com muitas de 30 anos. Ou seja, se o homem não dá atenção à ela, se trai e é descoberto, a chance dele ser mandado embora é grande e a mulher sabe que só ficará sozinha se quiser, ela não precisa mais ser submissa e fazer de conta que não vê. Hoje ela pode ficar sozinha ou partir pra outra sem ser recriminada. Quem sabe em breve saia outra pesquisa na mesma linha, dessa vez mostrando que os mais inteligentes e ateus são melhores na cama. Mas pra saber isso, teriam que perguntar para as mulheres, e em mulher não dá pra confiar.

Um comentário:

  1. Disse tudo! Baita texto, pena que nem todas as pessoas desse planeta, homens e mulheres, pensem assim.

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