Mr. Domingues

Sempre ouvi que escrevo demais, e-mails longos, cartas intermináveis para namoradas, nunca consegui usar Post-it, enfim, bem ou mal eu gosto de escrever. A intenção é que isso aqui sirva como uma "descarga mental" onde comento fatos, acontecimentos e pensamentos, na verdade, tudo que me der vontade. Sabe quando se vê um filme, lê um livro ou algo no jornal e ficamos com vontade de discutir com alguém sobre o assunto? É pra isso que esse espaço serve, assim eu incomodo menos quem está à minha volta e começo a incomodar anônimos internet afora que queiram ser incomodados. Mas é claro que não vou fugir muito dos meus hobbies, interesses pessoais e profissionais, como saúde, atividade física, esporte, tecnologia e música.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ah, o Avatar.

Após todo fuzuê na volta do filme eu tinha que ver, mas sempre que fazem muita propaganda eu vou com um pé atrás, ainda mais quando dizem - “é um filme que muda a nossa maneira de encarar o mundo”. Quando a coisa é muito idolatrada, como Paulo Coelho ou Kurt Cobain, eu já fico com um pé atrás.

Não cheguei a me desapontar porque na verdade eu já não esperava muito. Visualmente o filme é revolucionário e muito bonito. São mais de 2 horas de demonstração do que a computação gráfica é capaz hoje em dia, mas em termos de roteiro é tão estimulante quanto aqueles filmes da Sessão da Tarde em que os bichos conversam entre si ou que duas gêmeas não sabiam da existência uma da outra e trocam de lugar por algum tempo. Os aspectos que eu admiro no filme eu conheci ao assistir alguns making of’s do flime, ou lendo no jornal sobre a elaboração da coisa toda.

O que me chama a atenção é a facilidade com que as pessoas se dizem conscientes ou influenciadas por estas mensagens do tipo “vamos salvar o planeta”, mas nada fazem para mudar a situação.

Na saída do cinema uma conhecida (estudante de biologia) disse estar emocionada com a mensagem do filme e eu comentei com ela: “bobagem, o pessoal não está nem aí pra mensagem ecológica”; e ela retrucou: “discordo, as pessoas estão bem mais conscientes sobre essas questões ambientais”.

Na hora eu não falei nada porque não tenho intimidade com ela, mas vamos analisar a diferença entre o dizer e o fazer. Essa pessoa que se diz “consciente”, antes de iniciar o filme comprou para ela e seu namorado: 1 refrigerante em lata, 1 refrigerante em garrafa plástica (ambos acompanhados por canudos plásticos), um saco de salgadinhos e 2 saquinhos de Bib’s (tudo claro, embalado em plástico). Saímos de casa para ir ao cinema após a janta, portanto todos estavam alimentados. Não vou nem entrar nos aspectos de saúde dessas compras.

Pergunta: ela ou o namorado estavam perto de ter hipoglicemia e tinham necessidade em consumir aquilo? Estavam perto de uma desidratação? Creio que não. Qual era a necessidade real para comprar tudo aquilo e liberar no ambiente esses dejetos plásticos?

Ok, eu sei que individualmente nosso papel não é tão significante assim. É óbvio que ela nem pensou naquilo, simplesmente por hábito cinema = comida+bebida, e mesmo que as pessoas se digam sensibilizadas pela mensagem deste filme ou de outras mensagens, mudar a maneira de pensar infelizmente está longe de mudar a maneira de viver. As pessoas são conscientes e defendem muitas bandeiras, desde que não precisem mudar nada em suas rotinas.

Um comentário:

  1. Adorei teu blog Marlos... Até animei de fazer um pra mim. Legal o que falaste sobre o filme Avatar. Concordo que muito se fala, mas pouco se faz, mas acho que o individual pode fazer a diferença sim. Pelo menos Eu sou a parte do mundo que eu posso mudar!!! Carmem (Ahhh... Sarah Sun é o nome do meu blog que eu ia começar uma vez...)

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