Ah, o Avatar.
Após todo fuzuê na volta do filme eu tinha que ver, mas sempre que fazem muita propaganda eu vou com um pé atrás, ainda mais quando dizem - “é um filme que muda a nossa maneira de encarar o mundo”. Quando a coisa é muito idolatrada, como Paulo Coelho ou Kurt Cobain, eu já fico com um pé atrás.
Não cheguei a me desapontar porque na verdade eu já não esperava muito. Visualmente o filme é revolucionário e muito bonito. São mais de 2 horas de demonstração do que a computação gráfica é capaz hoje em dia, mas em termos de roteiro é tão estimulante quanto aqueles filmes da Sessão da Tarde em que os bichos conversam entre si ou que duas gêmeas não sabiam da existência uma da outra e trocam de lugar por algum tempo. Os aspectos que eu admiro no filme eu conheci ao assistir alguns making of’s do flime, ou lendo no jornal sobre a elaboração da coisa toda.
O que me chama a atenção é a facilidade com que as pessoas se dizem conscientes ou influenciadas por estas mensagens do tipo “vamos salvar o planeta”, mas nada fazem para mudar a situação.
Na saída do cinema uma conhecida (estudante de biologia) disse estar emocionada com a mensagem do filme e eu comentei com ela: “bobagem, o pessoal não está nem aí pra mensagem ecológica”; e ela retrucou: “discordo, as pessoas estão bem mais conscientes sobre essas questões ambientais”.
Na hora eu não falei nada porque não tenho intimidade com ela, mas vamos analisar a diferença entre o dizer e o fazer. Essa pessoa que se diz “consciente”, antes de iniciar o filme comprou para ela e seu namorado: 1 refrigerante em lata, 1 refrigerante em garrafa plástica (ambos acompanhados por canudos plásticos), um saco de salgadinhos e 2 saquinhos de Bib’s (tudo claro, embalado em plástico). Saímos de casa para ir ao cinema após a janta, portanto todos estavam alimentados. Não vou nem entrar nos aspectos de saúde dessas compras.
Pergunta: ela ou o namorado estavam perto de ter hipoglicemia e tinham necessidade em consumir aquilo? Estavam perto de uma desidratação? Creio que não. Qual era a necessidade real para comprar tudo aquilo e liberar no ambiente esses dejetos plásticos?
Ok, eu sei que individualmente nosso papel não é tão significante assim. É óbvio que ela nem pensou naquilo, simplesmente por hábito cinema = comida+bebida, e mesmo que as pessoas se digam sensibilizadas pela mensagem deste filme ou de outras mensagens, mudar a maneira de pensar infelizmente está longe de mudar a maneira de viver. As pessoas são conscientes e defendem muitas bandeiras, desde que não precisem mudar nada em suas rotinas.
Adorei teu blog Marlos... Até animei de fazer um pra mim. Legal o que falaste sobre o filme Avatar. Concordo que muito se fala, mas pouco se faz, mas acho que o individual pode fazer a diferença sim. Pelo menos Eu sou a parte do mundo que eu posso mudar!!! Carmem (Ahhh... Sarah Sun é o nome do meu blog que eu ia começar uma vez...)
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